Primeira e última?
Esta semana chegou aos jornais uma notícia daquelas que os jornais gostam: Portugal vai ter a maior central de energia solar fotovoltaica do mundo? (in DE)
Não obstante o mediatismo desta notícia, e apesar de ser um sinal positivo (já estamos a instalar fotovoltaico), não deixa de ser questionável a viabilidade dos próximos projectos de energia fotovoltaica.
As recentes alterações nos tarifários e o congelamento dos Pedidos de Informação Prévia (PIPs), pedidos que servem para indagar sobre a possibilidade e condições técnicas de eventual ligação a rede eléctrica de sistema de microprodução, não augura um grande desenvolvimento nesta área.
Segundo a DGGE as metas de 150 MW de energia eléctrica a partir da energia solar estão perto de ser compridas. Portugal optou nesta área por uma estratégia de aprovar grandes projectos como o de Serpa (11 MW) ou de Moura (64 MW) e complicar? os projectos de micropotência (menos de 5 MW).
Apesar da disponibilidade técnica e do potencial comercial das soluções de micropotência, a burocracia fez mais uma vítima. A suspensão dos PIPs são um sinal revelador da situação.
Portugal passou do 8 para o 80. Só o projecto de Moura representa cerca de 43% da potência prevista para o fotovoltaico, e é 6 vezes maior que a maior central actualmente existente no mundo: 10 MW Alemanha, Pocking.
Como apoiante das renováveis fico feliz por haver investimentos nesta área, no entanto como técnico fico apreensivo pela viabilidade dos futuros investimentos na área dos sistemas fotovoltaicos.
Não seria mais lógico, que apesar destes grandes projectos, os pequenos projectos privados, domésticos e outros deveriam continuar a ser apoiados?
Esperemos que a situação evolua positivamente, para bem do crescimento e desenvolvimento desta fonte de energia renovável.