Segunda-feira, Outubro 09, 2006

O mito do Gás Natural

Nos últimos anos o Gás Natural (GN) tem sido apresentado como uma energia "limpa", e quase não poluente. Mais o facto é que o GN, não é mais do que uma mistura de etano, butano, propano, gases inertes, entre outros, e principalmente metano (70-94%), i.e., não deixa de ser uma mistura de hidrocarbonetos gasosos. Como resultado da sua queima existem emissões de CO2, menos 20% quando comparando com outros hidorcarbonetos, mas ainda restam 80%.

Sendo assim, porque o GN veio para chegar? Podemos resumir:

- Em primeiro lugar representa uma redução, pouca, nas emissões de CO2.
- Representa uma alternativa directa aos derivados do petróleo.
- Preço competitivo.
- Rede de abastecimento e promoção fortemente subsidiada pelos governos nos últimos anos.

Mas não será perigoso pensar que o GN veio para substituir o petróleo? Vamos passar de uma dependência para outra, esquecendo a diversificação energética?

Sintetizando podemos afirmar, que o GN é poluente e não é uma energia endógena.

O GN poderá e deverá ser uma parcela da diversificação energética, mas não pode impedir (por questões economicistas) o aparecimento, desenvolvimento e evolução de outros tipos de fontes de energia, baseadas em recursos renováveis, esses sim com emissões de CO2 equivalente nulas e realmente limpas.

O que seria feito de algumas energias renováveis se a 15 anos atrás tivessem tido o financiamento que teve o GN? Provavelmente já teríamos ultrapassado a meta dos 39% de produção de energia eléctrica com fonte nas renováveis e o cumprimento das metas do Protocolo de Quioto não parecessem uma miragem...

11 Comments:

At 23:38, Anonymous Anónimo said...

Boas

Apenas tenho a acrescentar que para além de tudo o que está dito no post, é de referir que o Poder Calorífico Inferior (PCI) do GN é muito mais baixo em comparação com o gasóleo, por exemplo.

Quando nos dizem que o GN é uma boa alternativa não é por todas as razões que estão explicadas e também porque a factura energética irá subir exponencialmente, uma vez que é necessário maior quantidade de GN para aquecer 1000 litros de água do que com fuel, por exemplo.

 
At 22:06, Anonymous Anónimo said...

Oi!
Mais do que um comentário...uma sugestão:
Será que não devíamos desmascarar os governantes que nos anos 80/90 abandonaram todos os projectos de energias renováveis para nos comprometer com o GÁS NATURAL?
Tanto mais que hoje têm assento na em tudo o que se relaciona com crise energética, aparecendo (na idiota comunicação social que temos)como grandes especialistas, quando são os principais responsáveis por essa crise??

 
At 02:40, Anonymous Daniel said...

Uma nota sobre entalpias de reacção. O entendimento deste parâmetro resulta da base a que nos referimos. Por exemplo, MJ/kg ou MJ/m3.

No caso de combustíveis gasosos, a questão da base tem muita importância, já que o seu volume específico depende de T e p (por exemplo, através da lei dos gases perfeitos para pressões não muito altas).

É certo que 1 m3 PTN de GN tem uma massa muito muito menor que 1 m3 de gasóleo, por exemplo. Contudo, em base mássica, i.e. MJ/kg, o GN é o combustível fóssil com maior entalpia de reacção.

Eis alguns exemplos de poderes caloríficos[MJ/kg]:

carbono: 33
hidrogénio: 120
metano: 50
gasolina: 44
gasóleo: 43
gás natural: 45 a 50 (depende da origem)

Já agora,

madeira: cerca de 17-20
RDF: cerca de 12-15

Portanto, cuidado com a base!!!

Abraços!

 
At 18:27, Anonymous Anónimo said...

é pena não ter a exploração e a sua extração

 
At 18:28, Anonymous Anónimo said...

é pena não terem informação sobre a exploração e extracção

 
At 12:09, Anonymous Anónimo said...

Pensem bem,
qual a melhor alternativa para as maiores cidades do país?
Acham que conseguem abastece-las energeticamente,com paneis solares e aerogeradores,colocados dentro das cidades?
É impossível.
Acham bem existir um depósito de propano, bem no meio da cidade por cada urbanização, ou eventualmente por cada prédio (com 150 fogos ou superior)?, acham bem o transporte de garrafas de propano e butano pela cidade?,e de GPL e gás natural líquido pelas estradas nacionais?, acham bem existirem prédios em que têm no seu interior 100 garafas de butano? A minha humilde opinião é para a produção de energia eléctrica com grandes unidades de fotofoltaicos espalhados pelo país(já que não se faz agricultura), aerogeradores, etc etc, aproveitar tudo o que o país tem para retirarmos energia, sol ,mar e vento. Canalizar-mos com tubagem de gás os 20 ou 30 maiores centros urbanos do país, fazer uma rede nacional de gás natural para ligar todas essas cidades. Colocar as moradias fora da cidade autosuficientes. Enfim até é fácil, os interreses instalados é que são muitos. (1m3 propano = 200% lucro)

 
At 22:19, Anonymous Anónimo said...

O que será mais perigoso? 100 garrafas de gás butano num prédio, espalhadas por diversas divisões ou centenas de metros de tubagem cheias de gás natural, que também provoca explosão e incêndio? Ou centenas de metros de cabos eléctricos tantas vezes subdimensionados para a potência instalada?

 
At 19:18, Anonymous Anónimo said...

Este post e alguns comentários revelam ignorância de palmatória:
- O Gás Natural nunca se afirmou como energia do futuro mas sim de transição.
- É mais ecológico não só pelos menos 20% de CO2 mas também porque não é manufacturado - EXISTE COMO ESTÁ na Natureza, logo menos energia dispendida para o ter em nossas casas. Podemos ter um automóvel ecológico - como por exemplo os que utilizam baterias mas essas baterias são têm um processo de fabrico ALTAMENTE POLUENTE, como sabemos.
- É de facto mais ecomomico para os utilizadores porque apesar de se gastar 3 vezes mais gás para aquecer o mesmo litro de água no mesmo tempo, este custa menos de um terço do que os gases domésticos. Eu que o diga!!!!!
- Por fim, uma pergunta. Ignoramos este fonte de energia largamente utilizada nos restantes países só porque tem apenas menos de 20% de emissões????
Deixemo-nos de demagogias bacocas e vamos usar o que para já temos de melhor e ao dispor, enquanto não há soluções válidas para os nossos problemas...

 
At 18:49, Anonymous Marinaldo Ferreira de Lima said...

Uma nova fonte de energia a ser explorada será a energia gravitacional, uma energia limpa barata existente em qualquer parte do mundo e ainda é inesgotável. Se você reparar bem os movimentos da terra vera que existe uma biela imaginaria no pólo norte. O ponto magnético da terra não fica exatamente no pólo norte é por isso que a terra não para, toda vez que ela chega perto do ponto magnético que está em algum lugar na galáxia este exercendo uma força contraria da um impulso fazendo com que a terra recomece a girar de novo, então se fazer dois pesos iguais um em cada ponto de um suporte girar em elipse só vamos encontrar um ponto de equilíbrio onde ira parar os pesos, mas, se usarmos um campo magnético para eliminar esse ponto de equilíbrio criará um trajeto sem fim para os dois pesos. Na teoria funciona perfeitamente, mas, na pratica é uma... bom é um caso a ser estudado para um futuro próximo.
Marinaldo Ferreira de Lima

 
At 11:25, Anonymous Anónimo said...

dexem-se disso

energias renvaveis e q e!!!!!!!!!!!

 
At 23:50, Anonymous José Araújo said...

Energias renováveis é que é?
Sabem quanto custa ao contribuinte o kWh saido de fontes renováveis?
Neste momento, fontes renováveis são uma treta:

1.º Nenhuma das alternativas actualmente existentes é vantajosa, do ponto de vista financeiro pois sem as ajudas do estado, a energia produzida não chega sequer para pagar os investimentos num período de tempo razoável.

2.º Nenhuma das alternativas é viável do ponto de vista ambiental porque se gasta mais energia de fontes fósseis do que aquela que é depois produzida. Ou seja, para poupar algumas emissoes, gastaram-se anteriormente mais do que aquilo que se poupou.

É verdade que se tem que começar por algum lado, mas será que foi escolhido o caminho correcto?

 

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